O super-homem ao
longo da história surgiu primeiramente com a conceitualização filosófica de um dos maiores filósofos pós-moderno,
Friedrich Wilhelm Nietzsche, em seu livro “Assim falou Zaratustra”, escrito
entre 1883 e 1885, com o termo em alemão Übermensch que também pode ser
traduzido como além do humano ou sobre-humano. Outro alemão que utilizou do
super-homem, mas sem um teor filosófico foi o romancista e filósofo Johan
Wolfgang Von Goethe, em seu livro “Fausto”, que conta a história de Dr. Fausto
um médico que vende a sua alma para um demônio chamado Mefistofóles em troca de
poder e riquezas.
O super-homem de Nietzsche teria uma
educação eugênica, um homem que parte da afirmação da morte, que inventa a si
mesmo sem partir de um modelo predefinido, um homem que sabe lidar com os
conflitos de sua vida e que não atribui isso a nenhum deus, nem a moral, nem ao
professor e nem aos pais. O super-homem nietzscheneano esta além do bem do mal,
da moral e da moralidade, além da sociedade, é um homem forte e em busca do
poder, um homem que esta sempre se superando.
Um homem que está apto para construir a si próprio e se reconhece o que
seria a superação do homem comum.
Antes da criação do Super-Homem
pelos amigos de escola e com descendência judaica Jerome Siegel e Joseph Shuter
em 1933, o povo estadunidense tinha passado pela Primeira Guerra Mundial
vendendo armas, o que fez alavancar a economia. Até chegar a Quinta-feira Negra
de 1929, onde houve a falência e desemprego de milhares de pessoas.
O povo estadunidense passava por
problemas de autoafirmação e sobrevivência, então nesse ambiente surge o
personagem que viria à ser o Super-Homem, esse personagem tinha impressionantes
poderes mentais que utilizava para o mal. E teve a sua história lançada com o
título “O reino do Super-Homem”, de todos os poderes que esse personagem tinha
o futuro Super-Homem herdou somente a Super visão.
Em 1938 em um cenário que anunciava a
Segunda Guerra Mundial surge o Super-Homem que conhecemos atualmente, para
exaltar os valores norte-americanos com o seu lema: “Defender a verdade, a
Justiça, e a América” ou “Pela verdade, pela Justiça a maneira americana”. Os
poderes do Super-Homem foram adquiridos granças ao Sol amarelo, ele funciona
como uma bateria solar recarregável e seus poderes são: Super força,
Invulnerabilidade, Voo, Supervelocidade, Visão de raio-X, Visão de calor,
Respiração Super-Humana (Sopro Congelante), Super Audição, Olfato sobre-humano
e hipnose.
O Super-Homem veio de um planeta
chamado Krypton, enviado pelos seus pais Jor-El e Lora ainda bebê. Caiu na
cidade de Smallville (conhecida como Pequenópolis) e foi encontrado por um
casal chamado Jonathan e Martha Kent, que cuidou dele como se fosse seu próprio
filho e foi educado na moral e ética norte-americana.
Essa vinda do Super-Homem para o
planeta Terra pode ser comparada com a história bíblica de Moisés, que é
encontrado pela filha do Faraó em um cesto que boiava no rio Nilo. Mesmo sendo
escravo foi criado como egípcio e quando chegou a idade adulta Moisés toma o
lado dos hebreus e luta contra o Faraó. No caso de Moisés, o povo mais fraco
produziu o herói. No caso do Super-Homem um raça superior produziu o Kal-El que
foi encontrado em uma cesta, ou melhor uma nave e fica por aí as semelhanças entre
os dois.
As provações representam a sua morte
simbólica para posteriormente renascer o herói, através da sua morte simbólica
o herói passa a ter conhecimento de suas fraquezas e de suas forças para assim
adquirir maturidade e conseguir passar pelos seus desafios durante a sua
jornada. No caso de Moisés e Kal-El o seu renascimento é a partir do útero
simbólico, a cesta e a nave.
O Super-Homem usa a cueca por cima
das calças não porque ele perdeu uma disputa de queda de braço para o Chuck
Norris, mas na época em que foi criado as “Telecatch” ou lutas-lives estavam no
seu auge.
Se pensarmos no ato de vestirmos uma
roupa como uma forma de ressaltar os nossos ideias ou até mesmo negá-los e até
mesmo falar alto sobre a nossa sexualidade ou esconder embaixo de uma grossa
camada de tecido, sendo uma forma de nos sentirmos inseridos em um grupo ou
excluídos. O Super-Homem pede para a sua mãe adotiva Martha fazer a sua
“fantasia” com o tecido que veio junto de sua nave com o brasão da família de
Jor-El estampado no peito. Vestido desta forma ele se reconhece como um
kryptoniano e na realidade a sua fantasia seria o humano Clark Kent um frágil,
tímido e as vezes covarde humano, essa talvez possa ser uma crítica a todos os
humanos que o Super-Homem faz.
Levando em consideração o pensamento
filosófico de Nietzsche o Super-Homem nada mais é do que a figura do Deus
Apolo, que é a bela aparência, a serenidade e a ordem. Enquanto que o Deus
Dioníso é a desmedida, a loucura e a embriaguez. Desta forma não é possível comparar
o Übermensch com o Super-Homem, pois Clark Kent
(Kal-El) não vai contra a moral e a moralidade em que foi educado. No
universo do Super-homem o seu arquirrival Lex Luthor seria a figura do Deus
Dioníso em conflito com o Apolo. Luthor tem mais do Übermensch do que o próprio
Super-Homem, nessa busca pela superação do homem comum Luthor chega a ser
Presidente dos EUA.